04/06/2024
No dia 04 de junho, aconteceu na Câmara Municipal de Viçosa a Audiência pela Educação, para discutir assuntos relacionados à pauta. Servidores técnico-administrativos e docentes da UFV estiveram presentes e usaram seus tempos de fala para reforçar os motivos da greve das categorias.
A situação precária provocada pelos sucessivos cortes no orçamento enviado pelo governo vem deixando o funcionamento da UFV cada vez mais precarizado, inviabilizando novos projetos e dificultando a manutenção daqueles já implementados. Isto coloca em risco tanto a qualidade dos serviços de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil voltados aos alunos da universidade quanto aqueles voltados à população em geral.
No que diz respeito aos salários dos servidores, congelados desde o início do governo Temer em 2016, eles já acumulam perda de aproximadamente 34%. Isso quer dizer que, apesar dos preços de todos os produtos e serviços terem subido, os salários não foram reajustados (como acontece com o salário mínimo). Com isso, pode-se dizer que o poder de compra dos salários dos servidores caiu em 34% (mais de 1/3), mesmo não tendo sofrido cortes.
Ao contrário do que diz o senso comum, os salários dos servidores públicos de uma universidade não são altos; dependendo do nível de classificação, eles não alcançam nem dois salários mínimos. Com isto, a manutenção da qualidade de vida fica cada vez mais desafiador, especialmente com a chegada da velhice, quando os gastos com saúde tendem a aumentar. Casos de endividamento, inadimplência e contratação de empréstimos para honrar as dívidas se tornam presentes nas vidas destes servidores, aposentados ou não, e a constante preocupação acaba por trazer prejuízos emocionais e psicológicos a todos os envolvidos.
O Comando Local de Greve reforça, mais uma vez, que a luta não é por aumento mas, sim, pela recomposição salarial – ou seja, que os salários sejam pelo menos corrigidos de acordo com essa inflação acumulada, para restaurar a capacidade pagadora dos servidores.
Importante dizer que as conversas com o governo começaram ainda em 2023 mas, como não avançaram mesmo após sucessivas tentativas, os servidores de todo o país decidiram deflagrar greve como forma de pressioná-lo. Mesmo o movimento estando com adesão muito alta, o governo continua postergando as conversas e negociações. A próxima mesa acontecerá no dia 11 de junho, um dia após uma reunião com os reitores de todo o país.
(imagem com audiodescrição)